As quartas-feiras,
dia em que realizamos a nossa mediúnica, fico pensativa ao me deparar com casos
dolorosos, cuja ignorância sobre nós mesmos é capaz de fazer.
Quantas
vidas despedaçadas, quanto tempo perdido, quanto medo reprimido, quanto desejo
de amar e ser amado sufocado, porque não temos a coragem de reconhecer que
precisamos de alguém.
Há
aqueles que vivem sem saber o porquê, vagando no espaço e se prendendo a
qualquer coisa que tenha o mínimo significado em suas existência, uma roupa, o
dinheiro, um lugar, uma pessoa, um cheiro.
Há
aqueles que tocados pelo sofrimento de um amor não correspondido ou de uma
confiança maculada se arvoram no desespero.
Há aqueles
que se fingem de surdo e não ouvem a voz da razão que suas consciência lhes
grita. Há
os
preguiçosos, os presunçosos, e na sua maioria há - os que são egoístas.
Tanta dor
desnecessária, sim, desnecessária porque se ao menos tivessemos a coragem de
largar, se ao menos tivessemos a coragem de nos escutar,veríamos que damos
todas as desculpas para não fazer o que deve ser feito.
O marido não deixa; a esposa não
compreende, o trabalho nos exige, as vicissitude da vida que nos atropelam. Nos
atropelam....? Será? Ou será porque nossos corações estão em todos os lugares
menos no lugar que deveria está; em nós mesmo e na constatação indelével e real
de que não precisamos de nada do que aparentemente queremos.
Será o desabafo de um pessimista? Não, é o desabafo de quem busca as respostas.
Porquê?